Orange Is The New Black - 1ª Temporada
Assim se faz comédia. Comédia que não é vazia, que tem trama, tem drama, tem romance, e qualidade. Já fazia algum tempo que Orange Is The New Black, ou OITNB para facilitar, vinha chamando minha atenção. Então, um dia, minha irmã anunciou que tinha começado a assistir. Não perdi tempo, comecei também, e não consegui parar. Devorei a série, que é um prato cheio.
OITNB, série original NETFLIX, já conta com duas temporadas, e a terceira em produção. Tem como personagem principal Piper Chapman que, por causa de envolvimentos passados com Alex Vause, dona de um cartel internacional de drogas, se vê mandada para o centro correcional de Litchfield, para pagar por um crime que cometeu há dez anos. Já no primeiro episódio se percebe que, embora exista ordem cronológica na trama principal, o passado de cada personagem é visitado quando se torna relevante, o que pode causar uma certa confusão até o telespectador se acostumar.
Pontos Positivos:
· Personagens diversificados: com tantas opções de personagens esféricos e bem desenvolvidos, envolventes, é impossível não identificar-se com pelo menos um.
· Representação LGBT: a série não tem medo de apresentar personagens que não se conformam com a norma geral imposta pela sociedade. Temos personagens homossexuais, bissexuais, personagens trans, e há ainda interpretações que defendam alguns como pessoas não binárias. Ponto muito forte que deve ser ressaltado.
· Passa no Teste de Bechdel: de acordo com o teste, o trabalho de ficção deve ter pelo menos duas mulheres, que têm nomes e conversam entre si, mas não sobre um homem. Parece simples, mas muitos seriados falham no quesito, e acabam mostrando mulheres apenas como acessórios ou interesses românticos do personagem masculino. Quando foi a última vez que você assistiu uma série com 80% de elenco feminino?
· Humor ácido e delicioso: essas moças estão na prisão. Ali, o respeito se consegue à força ou a base de suborno. Ninguém está preocupado em ser educado.
· Te deixa com a pulga atrás da orelha: a série explora assuntos como segregação, preconceito, homofobia, corrupção e fanatismo religioso de maneira explícita e direta, e te faz questionar as próprias concepções, tudo isso sem desviar o foco da história.
Pontos negativos:
· Passagem do tempo não muito clara: embora os personagens mencionem de vez em quando quanto tempo ainda têm para cumprir, a progressão do tempo fica um pouco confusa no meio-fim da série.
· Progressão acelerada do romance entre Daya e Bennet: talvez seja porque sou fã daquele romance estilo 'slow-building-relationship', embora não nego que a história desses dois me deixe completamente derretida no chão. Mas como a série não deixa clara a passagem do tempo durante o desenvolvimento dá história, de repente se ouve um “Eu te amo” que parece um tanto adiantado.
Melhores momentos:
- O episódio da galinha: incluindo a cena mais dramática já filmada para a apresentação de uma galinha como personagem de série de TV, todo o rebuliço causado pela galinha-que-é-mais-inteligente-que-as-outras-e-conseguiu-fugir é hilário. Criei tanquinho de rir.


